segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Gisela Rodriguez, autora da Libretos no ZH Zona Sul

Na última sexta-feira, 25 de outubro saiu uma entrevista com a Gisela Rodriguez, no ZH Zona Sul. Ela é autora do livro Entre a neve e o deserto que será lançado em 2014 pela Libretos, vejam:

25 de outubro de 2013 | N° 17594

O NOME - GISELA RODRIGUEZ
Assim nasce uma escritora
Após trabalhar com teatro e cinema Brasil afora, moradora da Vila Assunção se prepara para lançar o primeiro romance
Em uma casa-conceito erguida em um terreno de esquina a poucos metros das águas do Guaíba, Gisela Rodriguez dá as últimas pinceladas no seu primeiro romance. A vasta biblioteca do já falecido pai e a companhia das obras de arte espalhadas pelos amplos cômodos se tornaram o palco ideal para mergulhar no universo dos capítulos.

Aos 48 anos, a porto-alegrense que já atuou como roteirista e diretora deixou as telas e os palcos para se dedicar às letras. Agora, conta os dias para dar à luz o livro batizado de Entre a Neve e o Deserto – que será lançado em março pela editora Libretos.

Cidadã do mundo, Gisela reconhece a Vila Assunção como lar. Pudera: mudou-se para o bairro aos dois anos de idade e de lá só saiu para estudar teatro na Casa das Artes de Laranjeiras, no Rio de Janeiro. Daí em diante, passou a desenvolver a veia artística em cursos por São Paulo, Londres e Israel. Dirigiu filmes, montou uma banda de rock, desenvolveu roteiros, pintou quadros e escreveu contos – mas, um belo dia, resolveu mudar.

– Chegou um momento que eu pensei: quer saber? Vou tirar tudo que eu já escrevi do baú e encarar – recorda.

Foi a desilusão com a indústria cinematográfica que direcionou a carreira da então diretora para a literatura. Logo de cara, foi aceita em uma coletânea de contos em São Paulo com o texto Moedas Para o Barqueiro. Mas decidiu ir atrás de um trabalho autoral que desse conta de tudo que já havia estudado ao longo da vida. Em 2010, deletou sua conta do Facebook e desligou por tempo indeterminado o celular. Isolou-se do mundo para amalgamar-se das letras.

– A literatura é o meu dia a dia, estou sempre produzindo e não dependo dos outros para trabalhar. Ela me completa. Todas as minhas angústias, críticas, incertezas e opiniões sobre as relações com as pessoas e o mundo desapareceram porque comecei a colocar tudo na escrita. Fiquei zen – completa a escritora.

Foram quase três anos gestando o romance e desenvolvendo um roteiro que cumprisse com a mensagem que procurava traduzir: a efemeridade da vida. Por meio da culpa vivida pelo protagonista após passar por uma experiência traumática, a história viaja na batida de bandas de rock, experiências com drogas e dramas existenciais – e alguns episódios a autora garante ter vivido na própria pele.

– Quis mostrar que todos temos os nossos vícios e que isso é humano. Minha ideia era falar da morte e do quanto somos presos a leis e regras, mas que, no fim, nada disso fica – resume a autora.


25 de outubro de 2013 | N° 17594
O NOME GISELA RODRIGUEZ
No sossego da terra natal
Com residência fixa no Rio de Janeiro, Gisela retornou à casa onde cresceu na Vila Assunção há dois meses, na companhia do filho de 10 anos, Leon, justamente para finalizar a obra. Depois de já ter morado em pelo menos quatro cidades diferentes, cogita manter as raízes na região onde nasceu:

– Sempre fui inquieta, mas, desta vez que voltei para Porto Alegre, falei para a minha mãe: minha alma é gaúcha, é porto-alegrense, mas, mais do que isso, é da Vila Assunção. Quero viajar pelo mundo sempre, mas não quero mais sair daqui.

A escassez de edifícios, a presença de uma natureza nem tão planejada e a ausência de um tom aristocrático são os predicados que a atraem na região. Gisela gosta do fato de as pessoas viverem em espaços grandes no bairro, mas sem ostentação. Como boa moradora da Zona Sul, admira o espetáculo diário do horizonte.

– É clichê, mas eu adoro o pôr do sol no Guaíba – conta.



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